Pesquisa feita pelo Datafolha antes da Greve Geral de 28 de abril foi divulgada segunda-feira (01/05) Dia do Trabalhador e mostra que 71% repudiam reforma da Previdência Social do presidente proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). Sete em cada dez brasileiros (as) são contra a reforma, e 63% querem a saída dele do cargo.
A maior rejeição vem de trabalhadores do serviço público e cresce entre mulheres (73%), assalariados que recebem entre 2 e 5 salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos (76%) e aqueles que tem ensino superior (76%). O resultado das pesquisas tem sido um pesadelo para os governistas.
Foram 2.781 entrevistas realizadas em 172 municípios nos dias 26 e 27. Entre os aspectos da reforma mais condenados pelos entrevistados estão a idade mínima e a nova fórmula para calcular o benefício. Não há concordância entre os entrevistados com nenhuma das alterações sugeridas.
Isso acontece mesmo entre aqueles que consideram importante acontecer uma reforma. A proposta atual da reforma estabelece idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e de 62 para mulheres.
Atualmente, homens podem se aposentar aos 60 anos (mais 35 de contribuição) e mulheres aos 55 anos (mais 30 de contribuição). Os reformistas querem que o trabalhador contribua 40 anos para receber o total dos benefícios. A pesquisa questionou os entrevistados sobre idade mínima, fórmula de cálculo e tempo de contribuição e as respostas foram: 87% declararam oposição às mudanças.
Desse total, 83% são contra o tempo necessário para benefício pleno: 60% citaram a regra e outros 23% rejeitaram todas as três mudanças. Outros 27% são contra a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria dos homens e 25% se opõem à idade de 62 anos para mulheres.
As mudanças rejeitadas pela população fazem parte do substitutivo do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência. O presidente da comissão especial que analisa a proposta de reforma, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), pretende terminar a lista de inscritos para o debate do relatório na terça-feira (2/05) e votar o substitutivo até quinta-feira (4/05), de acordo com informações da Agência Câmara.