Como líder do PMDB no Senado Federal, Renan Calheiros se reuniu com diretores das Centrais Sindicais na quarta-feira (31), e garantiu colaborar no que for possível, para que o texto da Reforma Trabalhista aprovado pelos deputados seja alterado, por não concordar com a “flexibilização” de direitos da classe trabalhadora.
João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e Diretor de Finanças da Nova Central afirmou que as centrais fizeram o “dever de casa” e transformou a manifestação do dia 24 de maio, em Brasília, no maior ato unificado dos trabalhadores (as) contra o desgoverno do presidente Michel Temer.
“Precisamos de uma dica dos próximos passos que daremos durante a tramitação da matéria no Senado. Saber qual a trilha e o caminho das pedras facilitará nossa atuação. A mobilização nos locais de trabalho, a distribuição de informativos para a população e as denúncias dos retrocessos que significa as reformas da Previdência e Trabalhista continuará sem trégua”, garantiu João Domingos.
O senador Paulo Paim (PT-RS) classificou como “desumana e cruel” a reforma trabalhista e que se a proposta for mantida como está, agravará o conflito entre empregados e empregadores. Segundo ele é preciso fazer ajustes no texto, criticou o dispositivo que autoriza o trabalho intermitente, e sublinhou que os trabalhadores não estão em posição favorável para livre negociação num cenário de desemprego elevado.
“Uma coisa é reformar leis obsoletas, outra é flexibilizar direitos que possa desiquilibrar a relação capital e trabalho. Coloco-me à disposição para que possamos discutir este tema com o presidente da casa Eunício Oliveira. Mas precisamos estabelecer estratégias em todas as votações e conquistar apoios dos senadores com visitas em suas residências”, recomendou Renan.
Os sindicalistas foram informados da divisão da bancada peemedebista e, que muitos parlamentares, enxergam nas reformas a solução para retirar o País da crise econômica. Com pensamento contrário, Renan disse que tem feito restrições ao agravamento da recessão. “Só se sai da crise quando se investe no crescimento econômico; quando aumenta o poder de compra dos salários, fazer o contrário, é trafegar na contra mão”, complementou.